Vencedor na corrida pela Casa Branca, Donald Trump parece disposto a promover importantes mudanças na economia. Isso vai afetar a crise no Brasil? Há razões para acreditar que sim.
Hoje, enfrentamos graves problemas como inflação e desemprego. As causas disso não estão diretamente ligadas aos Estados Unidos. Então, como as medidas de Trump podem ameaçar nossa economia?
Vamos apresentar, neste post, de que forma o resultado das eleições americanas vai influenciar a relação dos EUA com o mundo, focando, principalmente, nos impactos para nosso país.
A enorme relevância dos EUA
Para compreender o que pode acontecer na economia com a vitória de Trump, é importante ter dimensão do papel exercido pelos EUA. Além de apresentar um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente 18 trilhões de dólares, o país também é um dos maiores mercados consumidores em todo o mundo. China, Europa, Japão: todos vendem muito para os EUA.
Nos últimos anos, devido aos custos de produção, os americanos perderam competitividade. Direitos trabalhistas, aluguéis e impostos fizeram muitas indústrias transferirem suas fábricas para outros países. Até mesmo alguns grandes escritórios, como o da Apple, na Irlanda.
A retórica de Donald Trump
Sem trajetória política, Trump adquiriu notoriedade fazendo negócios na Construção Civil. Na disputa das prévias pelo Partido Republicano e, em seguida, já oficializado candidato, ele criticou duramente o governo Obama e sua rival Hillary Clinton.
Donald adotou como lema “tornar a América grande novamente”. Para isso, defende uma agenda de gastos públicos em infraestrutura e defesa, combinada ao corte de impostos.
Pode soar estranho: gastar mais cobrando menos do cidadão e das empresas. Mas a estratégia para tornar isso possível deve ser aumentar a emissão de títulos da dívida, acreditando numa vigorosa retomada da economia. Dessa maneira, conselheiros de Trump avaliam que a arrecadação seria incrementada, apesar de tributos menores.
Relações internacionais e economia
Trump criticou duramente a imigração ilegal nos EUA. Prometeu até construir um muro na fronteira com o México e deportar milhões de imigrantes. Esta postura protecionista é replicada também no comércio. Ele culpa os países asiáticos pela queda na indústria americana.
Após o resultado das eleições, manteve o compromisso de revogar o acordo de livre comércio com países banhados pelo Oceano Pacífico. Também vai impor taxas a produtos asiáticos, especialmente da China.
A relação com o Brasil
As relações econômicas diretas entre Brasil e EUA não devem sofrer abalo significativo. Mas o impacto das medidas anunciadas por Trump deve ser sentido de outras formas.
A China é hoje o país com maior demanda por mercadorias brasileiras, especialmente produtos agrícolas e minério. Sanções americanas à China impactariam na demanda por commodities.
Além disso, a emissão de títulos nos EUA vai provocar a fuga de capitais dos países emergentes. Neste contexto, não há margem para redução da taxa de juros Selic, o que mantém o crédito mais caro no Brasil, desaquecendo a economia.
Por outro lado, com menos dólares investidos aqui, a tendência é a desvalorização do real diante da moeda americana. Diversos produtos importados sofreriam aumento de preço, refletindo nos índices de inflação e, consequentemente, no orçamento das famílias.
Preços altos e menos consumo, com juros altos e economia desaquecida, também pressionam o desemprego.
Os próximos capítulos
Tais previsões, no entanto, devem ser contextualizadas a partir da movimentação de outros atores. Acontecimentos relevantes, como o Reino Unido ter abandonado o bloco europeu, também apontam na direção do nacionalismo. Além disso, seguem na pauta questões de segurança, como o enfrentamento ao Estado Islâmico.
Do ponto de vista brasileiro, o governo de Donald Trump pode contribuir para prolongar a crise, mas continua em nossas mãos a possibilidade de realizar importantes reformas que tornem nossa economia mais dinâmica e competitiva.
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